sábado, 15 de agosto de 2009

Once / Blindness

Há algum tempo, já tenho a vontade de falar de alguns filmes que vi, porém nunca me sobra tempo para escrever. Por isso, hoje vou adiantar um pouco isso e falar a respeito de dois longas neste único post. As duas obras cinematográficas aqui apresentadas, apesar de tão destoantes, ainda tem pontos em comum. É curioso perceber, por exemplo, que, em ambas as histórias, os personagens não tem nomes. (Pasmem! Eu só percebi isso no momento dos créditos!) (Pasmem! [2] Isso aconteceu nos dois filmes! rsrs)
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O primeiro deles foi um presente de uma amiga: "Apena uma Vez" (Once). Tomei curiosidade pelo filme logo depois que vi Kris Allen interpretando sua música tema em uma das apresentações no American Idol. Mais tarde, descobri que a música ganhou o Oscar de melhor canção original em 2008, concorrendo com várias outras do filme "Encantada" e mais alguma que não recordo no momento.

A história ambientada na Irlanda nos apresenta aos personagens de Marketa Iglova e Glen Hansard, ambos desiludidos com seus relacionamentos e aprisionando ambições em seu corações (mais ele do que ela). Por mais clichê que possa parecer, "Apenas Uma Vez" (fazendo jus ao título) não é um tipo de filme que encontra pares. Obra de beleza única, harmoniosa e tocante - repleta de belíssimas canções em cenas inocentes, mas capazes de trazer a maior das comoções.

Destaco a interpretação tão pura e genuína de Marketa (que sequer tem carreira de atriz). Sua personagem é adorável e, assim como o personagem do rapaz, facilmente identificável com o público, visto não estar em uma das condições financeiras mais desejáveis. Lindas canções unidas a uma linda história que você não pode deixar passar!
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A segunda obra já gerou muita polêmica, mas só ontem pude conferir. "Ensaio sobre a cegueira" (Blindness) trouxe às telas, depois de muitas tentativas, o famoso livro do português José Saramago, escrito em 1995.
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Um homem se vê cego em meio ao trânsito de uma cidade desconhecida. A partir daí, a doença batizada de "cegueira branca" começa a se espalhar como uma peste e os infectados são obrigados a viver isolados da sociedade numa quarentena de proporções desumanas. Em meio a isso tudo, temos a personagem de Juliana Moore, única a não ser infectada pela doença e também a única a enxergar tão nitidamente a degradação que toma conta dos personagens envolvidos.
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Não vou enganar você. Não é um filme "bonitinho". É tenso. É chocante. É perturabador e, em alguns momentos, desesperador. Porém, o maior choque esteja em saber que a realidade representada ali através dos personagens perdidos na cegueira poderia facilmente saltar das telas, caso tamanha catástrofe acontecesse. Juliana, porém, foi impecável no papel de "mulher do médico" e demonstra com firmeza a angústia e o desespero de todos aqueles que percebem a "cegueira" já instalada em nossa sociedade.
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O grande trunfo destas duas obras está no fato de terem sido filmadas fora do círculo hollywoodiano e, ainda assim, manterem um padrão de qualidade tão elevado. Para mim, não se trata de cinema alternativo. É apenas uma prova de que cinema de qualidade não está condicionado a uma única fonte.
Leandro Neri
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Confira os trailers abaixo:

6 comentários:

Unknown disse...

"Apenas uma vez" eu não assisti. Mas assisti "Ensaio sobre a cegueira", e é realmente intrigante. Eu não tinha parado pra pensar sobre o sentido da história, minha sogra que não viu o filme disse: "acho que retrata a cegueira de espírito em que muitas pessoas vivem, e só a mulher do médico conseguia enxergar as coisas direito", e foi então que pensei que é disso mesmo que se trata. Sabe o que me chamou a atenção no filme? a cidade onde se passa, fiquei um tempão pensando onde era aquela cidade, depois procurei no google e vi que as cenas externas foram gravadas em São Paulo! Mas note que as placas no trânsito estão em inglês (só lembro de stop). Ah, assisti "17 again" hoje, recomendo. =)

André disse...

^^ Tb não vi "Apenas uma vez"... Mas fikei com muita vontade... "Ensaio sobre a Cegueira" eu estou terminando de ler o livro... E o filme é realmente perfeito... Muito fiel ao livro... Maravilhoso!

Bem, é isso aê!

Abraço!

Leandro Neri disse...

Cícera!
Eu não pensei em nenhuma "interpretação" para o filme não...
Pra mim, apenas reflete a "baixeza" do ser humano. Quem vê o filme, se identifica com a mulher, porque também está enxergando. As pessoas cegas não pudiam enxergar a desgraça em que estavam vivendo. No fim das contas, é o que acontece, porém não em termos físicos.


André!
Li uns trechinhos do livro na internet, mas achei muito chato... rsrs... Acho que é porque o livro é de 1995... Pensei que fosse mais recente.
Mas fiquei sabendo que o livro chega a ser bem mais "nojento" em alguns aspectos e que o filme deu uma pequena reduzida pra ninguém passar mal assistindo... rsrsrs

Anônimo disse...

to sentindo aquele trenzinho ruim que dá qndo eu assisti esse filme - ensaio...- ah não!
Fiquei com vontade de assistir o outro.....
ensaio.... nao! me dá um trenzinho ruim por dentro =P!

Leandro Neri disse...

Ah! Carol! Deixa de ser mole! xD
hauiahiahiahiaua

Assiste o outro mesmo! As músicas são a sua cara! Bem o estilo que cê curte! =]

ana.carolnina disse...

ow!!! Assisti Once hj e simplismente AMEI!